Música, aplausos e bom senso
A vida de um músico não é nada fácil, diversas situações acontecem nesse louco dia a dia. Peguei algumas de minhas noites na capital do Tocantins, para reparar em alguns aspectos desse modo de se viver.
Cadeiras, mesas, uma luz baixa dando um ar meio rústico ao local, algumas pessoa conversando, a grande maioria em casal. Acomodado, pedi uma cerveja e lá fiquei, observando o ambiente. O músico tocava sozinho, com um violão vazado de nylon, acredito que era um Giannini, a voz do rapaz bem simpática, gostei do timbre dele.
Ele variava o repertorio entre pop rock e essa tal MPB da nova geração. O lugar tinha um ar bem grã-fino, pessoas bem vestidas, cabelos, maquiagens e tudo mais. Parecia um ambiente muito bom para um musico tirar seu “ganha pão”, o couvert cobrado era relativamente alto, no local tinham mais de dez mesas, com mais ou menos duas por mesa, fiz alguma continhas rápidas de cabeça para ter uma noção.
A vida de um músico não é nada fácil, diversas situações acontecem nesse louco dia a dia. Peguei algumas de minhas noites na capital do Tocantins, para reparar em alguns aspectos desse modo de se viver.
Cadeiras, mesas, uma luz baixa dando um ar meio rústico ao local, algumas pessoa conversando, a grande maioria em casal. Acomodado, pedi uma cerveja e lá fiquei, observando o ambiente. O músico tocava sozinho, com um violão vazado de nylon, acredito que era um Giannini, a voz do rapaz bem simpática, gostei do timbre dele.
Ele variava o repertorio entre pop rock e essa tal MPB da nova geração. O lugar tinha um ar bem grã-fino, pessoas bem vestidas, cabelos, maquiagens e tudo mais. Parecia um ambiente muito bom para um musico tirar seu “ganha pão”, o couvert cobrado era relativamente alto, no local tinham mais de dez mesas, com mais ou menos duas por mesa, fiz alguma continhas rápidas de cabeça para ter uma noção.
Cadeiras, mesas, uma luz baixa dando um ar meio rústico ao local, algumas pessoa conversando, a grande maioria em casal. Acomodado, pedi uma cerveja e lá fiquei, observando o ambiente. O músico tocava sozinho, com um violão vazado de nylon, acredito que era um Giannini, a voz do rapaz bem simpática, gostei do timbre dele.
Ele variava o repertorio entre pop rock e essa tal MPB da nova geração. O lugar tinha um ar bem grã-fino, pessoas bem vestidas, cabelos, maquiagens e tudo mais. Parecia um ambiente muito bom para um musico tirar seu “ganha pão”, o couvert cobrado era relativamente alto, no local tinham mais de dez mesas, com mais ou menos duas por mesa, fiz alguma continhas rápidas de cabeça para ter uma noção.
Por volta das duas horas da manhã o rapaz se despediu do seu público. De longe, esperei ele desmontar sua parafernália e fui até ele, estendi-lhe a minha mão e apresentei-me, perguntando o seu nome. Apresentou-se me oferecendo um cartão. Onassis Costa, nome que me soou artístico, porém, complicado. Recebi o cartão dei uma olhada rápida e o guardei em meu bolso, e logo em seguida comentei com ele “Só faltou os aplausos hein, meu velho!”, com um sorrisinho maroto no rosto e bem educado ele me disse “Pois é, essas coisas acontecem”. Não esperava essa resposta dele, mas, depois de ter conversado com ele por alguns minutos, descobri que por ser uma quarta-feira o rapaz já estava na sua quarta noite de show, um universitário que tira seu salário na noite palmense. A preocupação do jovem com certeza não era com os aplausos. Afinal, como ele mesmo me falou, “não são os aplausos que pagam minhas contas”. Depois dessa dose de realismo fui a busca do meu descanso.
Em outro dia recebi um convite de um amigo violonista, Klaus Martins, um excelente músico, para ir a um show que ele iria tocar. Era em uma casa de apresentações musicais, aqui de Palmas mesmo, onde bandas dos mais variados tipos se apresentam: duplas sertanejas, grupos de pagodes, bandas de axé entre outros ritmos “populares”.
Para variar, era uma noite sertaneja e open bar com a dupla Fabio e Diego. Resolvi conferir, afinal é educado aceitar um convite. Para começar me pareceu que tinha chegado muito cedo - por volta das dez e quarenta da noite – e a casa não estava nem perto de estar cheia. Somente por volta da meia noite começou a agitação, as moças chegavam geralmente com vestido curtos e colados ao corpo parecendo terem se vestido a vácuo, carregadas na maquiagem e um salto alto para acompanhar. Os rapazes, geralmente uma calça jeans e uma camisa polo.

Voz e violão de Onassis Costa

O bar começou a encher, mesas vagas já não existiam, depois de mais ou menos meia hora, o primeiro acorde do show foi dado. Foi um tanto espantoso, as pessoas gritavam, assoviavam histericamente, as cortinas abriram junto com a banda tocando e logo em seguida entra a dupla, e as pessoas gritavam mais alto ainda, em êxtase.
Com muita tranquilidade procurei um local onde poderia visualizar bem o palco e ali fiquei fazendo meu “diagnostico musical”. Os músicos estavam todos de preto, somente a dupla vestia cores diferentes. Diferente do barzinho da noite anterior, as pessoas aplaudiam no final das canções e dependendo da música, bastava só a primeira frase da canção para povo ir à loucura: aplausos, assovios, gritaria. Frases do tipo: “Acaba não mundão!”, demonstravam um estado de alegria imensa.
Por volta de duas horas e meia de show, como disse a própria dupla: “Vamo tocar a saideira!”. Com o show encerrado fui até o camarim cumprimentar meu colega músico. No camarim só restavam alguns músicos, a dupla já tinha ido embora. Avistei meu colega e fui cumprimenta-lo. Depois de alguns minutos marcamos de nos encontrar para trocar uma ideia.
Fui até o local marcado, sentei em uma mesa e o aguardei, logo depois ele chegou. Papo vai, papo vem, comecei fazer algumas perguntas pertinentes ao seu trabalho; como por exemplo, a quantia ganhada naquele show. Sem muitas delongas me deu as informações que precisava. Ficamos mais algumas horas, ele pediu um lanche e assim que chegou o lanche fomos embora.
Sei que é difícil comparar, afinal, são dois ambientes totalmente diferentes. A quantia ganhada pelo rapaz do barzinho foi um pouco superior ao do meu colega músico, porém, a satisfação do meu colega foi maior do que a do rapaz do barzinho. Difícil pensar na gratificação profissional monetária quando não se tem gratificação profissional emocional. O mercado é desleal, paga-se mal, são várias horas de noites perdidas, investimentos altíssimos em estudos, instrumentos, ensaios e etc.
O negocio é que o músico precisa se achar no meio dessa “bagunça” mercadológica. O segredo é conciliar o prazer em tocar, em se expressar, com o fato de ganhar dinheiro. Assim como disse uma vez em uma oficina, meu querido amigo e músico, Paulio Celé, “O músico profissional tem que saber diferenciar, a música do coração e a música do bolso.”. O músico precisa ter bem claro esse conceito, para que ele possa “se achar”. Para que não trabalhe frustrado.
Tudo que um artista planeja executar, e executa, é pensando no seu público. O artista por sua vez, precisa da manifestação do seu público seja com vaias ou aplausos, afinal, é preciso saber por qual caminho se esta trilhando.
Queria poder um dia ver uma criança chegar a um músico dizendo, que quer ser como ele quando crescer e escutar algo encantador e motivador, como diz a canção “...Música é alegria, Ela vem, lá se vai nostalgia, Música nos ajuda a viver, a sorrir. Mais amor pela vida sentir...” trecho da música feita por Chocolate (Dorival Silva) e Nancy Wanderley, chamada Hino ao Músico.
Dupla Sertaneja Fabio e Diego