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Lar, doce lar...

Tudo maravilhoso e lindo para morar na mais nova capital do País. Palmas está iluminada com um sol brando, sistema bancário vazio e fácil, trânsito ameno, funcionários dispostos a atendê-lo, tudo funciona bem. Não. Definitivamente não. Hoje não é o “dia de sorte” de Pedro Jorge, o mais novo morador de um edifício em Palmas.

 

Parecia uma bênção. Pedro Jorge conseguiu se mudar para o seu lindo apartamento. Antenado nas notícias, a primeira coisa que ele colocou no apartamento, foi um cabideiro de jornais, que estava de promoção na City Lar, por R$ 50,00. Pedro renovou todos os móveis e doou os antigos para uma instituição de caridade. Parecia um sonho. À direita, uma vista linda para a Serra do Carmo. À esquerda, para o Lago. Embaixo, o síndico prédio.

Segundo a última pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizada em 2010, quase 143 milhões de brasileiros vivem em casas próprias.

Como a vida não é tão simples assim, feedback para o caso. Pedro Jorge escolheu seu “apê” em um salão imobiliário da Capital. Lá, a própria imobiliária fica encarregada de ir a Caixa Econômica Federal entregar os documentos.

A tragédia


Geralmente, há possibilidade de faltar 50% dos documentos que a construtora e agência bancária dizem que precisam. Pedro Jorge agora terá que levantar todos os documentos, entre eles, entregar os comprovantes de renda dos últimos três meses. Enquanto isso, a moça mal humorada do guichê pede para que Pedro Jorge atualize os comprovantes a cada mês.



Dia de pegar as chaves. Ansioso, Pedro Jorge chega cedo à construtora, mas descobre que ainda não pode se mudar porque a Caixa não terminou de avaliar seus documentos. A agência muda as regras da documentação. Agora Pedro Jorge precisa entregar diversos tipos de atestados e um Contrato de Pacto Antenupcial. Após 20 anos de casado, Pedro Jorge não sabia da existência do contrato solene, onde ambas as partes selam um regime de bens, que vigora durante o matrimônio.



Nessa brincadeira, Pedro descobre que o financiamento não é tudo e paga mais de R$ 5 mil em taxas entre Prefeitura e Caixa. Como bom brasileiro, Pedro Jorge “deu um jeitinho” com os amigos da pelada, que se viraram para achar o Contrato de Pacto Anti-Nupcial no cartório da cidade e enviá-lo via Sedex.



Passados 30 dias na “rua da burocracia”, enfim, Pedro Jorge conseguiu pegar o seu contrato agendado e as chaves com o proprietário.



Lindo o apartamento de Pedro Jorge.  Acha que acabou? Não. Seria quase que “um sonho”, se o proprietário do imóvel estivesse construído conforme previsto no memorial. Agora, Pedro não pode instalar seu ar-condicionado porque a tubulação do prédio é subdimensionada e terá que suportar o calor de setembro, de Palmas, até trocar toda tubulação do apartamento.

Como se não bastasse dormir no calor, Pedro também terá que resolver o problema do banheiro do quarto do filho, que está sem energia, a porta da cozinha que não fecha e o chato do síndico que não para de reclamar do barulho.

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