Obras abstratas de artista encantadora estão expostas no Espaço Cultural
Na Galeria Municipal de Artes do Espaço Cultural José Gomes Sobrinho está a exposição, “Desvendando Cores e Formas”, da artista plástica e professora, Aparecida Lacerda.
Chego ao local para entrevistar a artista e encontro uma mulher mais velha, mas com a disposição de uma adolescente, pintando objetos em uma sala de pintura. Com sorriso no rosto e boa vontade começamos nossa entrevista caminhado pelo corredor da exposição.
Reparo que são muitas obras expostas, mas a artista conta que este material estava sendo criado apenas há dois anos. Com muita paciência, ela mostra quadro por quadro e em meio à aula que ganhei, reparei como Aparecida cumprimenta os visitantes com simpatia.
A exposição está dividida em obras que utilizaram técnicas diferentes, como a colagem e a pintura. A criatividade de

Aparecida, também foi explorada na escolha dos materiais, para causar diferentes sensações. Alguns quadros têm materiais pouco conhecidos, principalmente por mim, que não entendo nada de pintura.
Por isso tive que interrompê-la várias vezes para pedir explicações: o que era o pastel seco? A sanguínea? E a rolha? Não é rolha de bebida, evidentemente, e sim um papel mais grosso. A artista também utilizou materiais comuns como, recortes de revistas e tecido.
Na maioria das obras predominam as cores fortes como o vermelho, o laranja e o marrom. Ao perguntar o porquê desta escolha, Aparecida disse que tinha acabado de comentar com uma aluna sobre este fato. “Terra vermelha, desse sol”, disse sorrindo a artista, referindo-se ao solo e ao clima do Tocantins. Aparecida justifica sua resposta informando que é mineira e está há cinco anos em Palmas.
Os quadros de colagem retratam a obra contemporânea. “Estes foram os meus preferidos!”, lembra. Recortes de revistas se misturam com desenhos, outras peças foram compostas por papéis traçados e algumas uma junção de vários recortes, que se transformaram em belíssimas obras de arte.
A beleza do abstrato
Uma das telas que me chamou a atenção foi uma que tinha a colagem de um pulmão florido ao lado de um cérebro, formado por moedas, em um fundo preto, com contornos brancos, era uma tela muito expressiva. Achei incrível como duas imagens de partes do nosso corpo humano, mostrados de uma forma diferente puderam combinar tanto. Fiquei surpresa quando disse que foi ela quem fez os contornos do fundo. “Fiz estes desenhos para quebrar um pouco o preto”, falou Aparecida com tranquilidade. Mas eu não pude acreditar, eram traços muito delicados e precisos, com vários contornos, todos do mesmo jeito. Fiquei fascinada!
Continuamos caminhando pela exposição, quando a artista abriu um sorriso e parou em frente um quadro de colagem. Esta tela tinha uma imagem de uma boneca muito bonita, nos tons de rosa, uma obra mais infantil.

Aparecida me conta que aquele é especial, por ter sido feito em homenagem a sua neta. “Minha neta é loirinha, com os cabelos cacheados, olhos azuis e rosto angelical. Linda como esta imagem!”, falou a artista com admiração.
Uma seção de obras na parede que dá acesso ao corredor do espaço, ela chama de “quadros com cores complementares”. As telas são nos tons vermelho, verde, laranja, azul, roxo e amarelo. Todos são dos mesmos tamanhos e com as formas de um “abstrato geométrico”, ou seja, quadrados, círculos. Nos quadros eram visíveis às várias tonalidades das cores pintadas, achei muito bem feito e bonito.
De acordo com Aparecida, ela quis explorar as cores complementares. “Fui explorando as cores, porque as amo”, disse a criadora. Aparecida completou que trabalha com arte por amor. “Amo fazer tudo isso”, declarou. Enquanto falava pude confirmar o entusiasmo e carinho pelo seu trabalho, quando olhava para suas telas.
Outras peças são chamadas pela artista de “pintura com interferência”. Essas telas possuem algum outro material, como por exemplo, o tecido. Todas foram pintadas com o “abstrato geométrico”. Segundo Aparecida criou mexendo com cores e formas para que os visitantes possam desvendar os desenhos abstratos de acordo com a imaginação.
A exposição era gratuita e permaneceu até o dia 13 de outubro. As obras estão à venda e servem como peças de decoração para qualquer ambiente, segundo minha querida artista plástica.
Eu, particularmente não gosto muito de telas abstratas, mas o que achei interessante nas obras com “interferência” foi como as aplicações inseridas retrataram folhas e frutos típicos da região, como o babaçu. Ficaram muito bonitas! As imagens destes objetos na tela pareciam que eram folhas reais.
Após conhecer todas as obras, encerrei a entrevista com agradável a artista plástica e fui em direção a um rapaz que olhava a exposição. Meio tímido deu sua opinião sobre as obras. “Achei muito interessante as fórmulas, as cores, os desenhos e como combinou círculos e quadrados. Essa mistura deu a sensação de movimento. Muito bonito!” Declarou o professor de música, Pedro Enus, 26 anos.
Fiquei no salão por alguns minutos, tirando algumas fotos, mas não posso esconder o quanto estava satisfeita de entrevistar uma pessoa tão simpática. Fiquei encantada por ver uma mulher ativa, criativa, simples e muito amável.

Aparecida Lacerda e suas obras
A exposição era gratuita e permaneceu até o dia 13 de outubro. As obras estão à venda e servem como peças de decoração para qualquer ambiente, segundo minha querida artista plástica.